segunda-feira, 15 de maio de 2023

CAMPOS SALLES

 

Manoel Ferraz de Campos Salles (Campinas/SP, 15 de fevereiro de 1841 – Santos/SP, 28 de junho de 1913) foi um advogado e político brasileiro, terceiro presidente do estado de São Paulo, de 1896 a 1897 e o quarto Presidente da República, entre 1898 e 1902.

A participação do notável líder político Manoel Ferraz de Campos Salles na história de Barra Bonita/SP, merece registro especial. Constatamos o pioneirismo de Campos Salles que, ao lado de Salles Leme, de quem era tio e cunhado, foi proprietário de grandes áreas de terras para o cultivo de café, mesmo antes da fundação do povoado.

Posteriormente adquiriu as fazendas Santa Maria e Fortaleza no bairro da estação Campos Salles, assim denominado em homenagem ao destacado homem público, Presidente da República no período de 15 de novembro de 1898 a 15 de novembro de 1902.

Atuando nas altas esferas do governo do estado de São Paulo e da União, liderou todas as iniciativas em prol de desenvolvimento desta terra, culminando com a criação do município de Barra Bonita/SP em 14 de dezembro de 1912.

Recortes de jornais de 1911 e 1912 noticiavam que o "ex-Presidente da República Campos Salles encontra-se em sua fazenda Santa Maria em Barra Bonita/SP e ficará até maio para o início da colheita do café."

De sua fazenda ele vinha a cavalo até a vila, como um cidadão comum, para cortar barba e cabelo na barbearia do Sr. Francisco Mascaro, na rua 1º de Março, hoje residência da Família Mascaro.

Para a grande maioria dos barra-bonitenses, a marca do estadista está em sua obra mais visível que é o próprio símbolo da cidade, e a qual, por justa homenagem, leva o nome de seu grande batalhador, a ponte Campos Salles.



A PONTE CAMPOS SALLES

Cruzando o rio Tietê, ligando Barra Bonita/SP a Igaraçu do Tietê/SP, há a ponte Campos Salles, construída com tecnologia e materiais provenientes da Alemanha pelo governo do estado de São Paulo, a pedido do então ex-Presidente da República Manuel Ferraz de Campos Salles, destacado político paulista e grande proprietário de terras na região. Inaugurada em 1915, situada na frente pioneira de expansão da cultura cafeeira pelo oeste do estado, visava drenar a produção local em busca da malha ferroviária, que se desenvolvia. Trata-se de registro da moderna mentalidade dos cafeicultores daquela época, abertos a inovações tecnológicas. A obra de engenharia, diferente de suas contemporâneas paulistas erguidas sob estrutura pênsil, está assentada sobre embasamentos localizados no leito do rio e, em seu trecho central, apresenta articulação levadiça que permitia o trânsito de embarcações. A ponte Campos Salles reflete a proeminente expansão da frente pioneira paulista no limiar no século XX e é artefato integrado à paisagem e à memória da população daquela região.


A ESTAÇÃO CAMPOS SALLES

O ramal da Estrada de Ferro Barra Bonita partia da estação Campos Salles, inaugurada em 1º de julho de 1889.

As fazendas ao redor, inclusive as de propriedade do Presidente da República Campos Salles, além de dar nome à estação, fizeram do local um bairro populoso, com muitas chances de desenvolvimento.

O bairro, ainda no início do século contava com luz elétrica, cerâmicas, armazéns de gêneros alimentícios, bares, açougue, farmácia, escola rural, agência do correio (suprimida em 1912), telégrafo instalado na estação e, em 1919, a Companhia Paulista cedeu terreno de sua propriedade para construção da Escola Mista Estadual.

Até a implantação do ramal da Estrada de Ferro Barra Bonita, no ano de 1929, toda a produção local, agrícola e de cerâmica que não era despachada por via fluvial, era embarcada na estação Campos Salles. Uma notícia de jornal do ano de 1922, diz em seu texto que: "em Campos Salles encontra-se material (refere-se a telhas) acumulado para 350 vagões".

Com a implantação em Jaú/SP, dos trilhos de bitola larga, houve uma grande redução no movimento de cargas e passageiros na estação Campos Salles, situação que permaneceu até a extinção de todo o ramal da antiga Estrada de Ferro Barra Bonita, em 31 de agosto de 1966.

Contudo, a população do bairro não esmoreceu. Os moradores que lá permaneceram continuaram trabalhando na lavoura, comércio e indústria, enfrentando desafios e superando dificuldades para atingir as metas e ampliar seu espaço na comunidade barra-bonitense. Atualmente, como todos os demais bairros, Campos Salles está plenamente integrada e servida de todos os benefícios públicos. Nosso avós paternos José Mendola e Ignez Fernandez Gordillo residiram no bairro Campos Salles em meados de 1940.

 

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