O ano era 1649, o local a Vila de
Santos, no litoral Paulista. Sensível às necessidades daqueles que passavam por
essa movimentada vila portuária, o beneditino Frei Gregório de Magalhães,
superior da Província Brasileira da Congregação Beneditina Portuguesa, decidiu
fundar um pequeno mosteiro que servisse tanto de abrigo para monges que se
utilizam do porto, quanto de reduto espiritual para os que desejassem se
recompor das atribuições do dia-a-dia. No dia 1° de janeiro de 1650, os monges
de São Bento recebem, em doação, a Ermida de Nossa Senhora do Desterro, com as
terras a ela anexas. Logo que se estabelecem em Santos, os monges se encarregam
de outra Ermida a de Nossa Senhora de Monte Serrat, recebendo em 27 de abril de
1652 os autos de posse da mesma. Durante três séculos, o Mosteiro de São Bento
foi um pequeno mosteiro, sendo chamado carinhosamente pelos beneditinos de
"mosteirinho de Santos".
VINHEDO
No século XIX, a Ordem Beneditina
do Brasil foi quase supressa devido às leis anticlericais que fecharam os
noviciados da ordem. Com o advento da República e a separação da Igreja do
Estado, monges alemães da Congregação de Beuron chegaram ao Brasil e repovoaram
os mosteiros, aceitando noviços. Em 1905 o Mosteiro de São Bento de Santos
tornou-se Priorado Independente e começou um reflorescimento da vida monástica.
Porém, a história tomou novo rumo quando o Brasil entrou na Segunda Guerra
Mundial. Devido à presença de alemães entre seus monges o mosteiro foi fechado
e os monges forçados a deixar Santos em 24 horas.
Um monge beneditino de São Paulo
tomou conta do mosteiro por vários anos, não deixando interromper a presença
beneditina em Santos, especialmente no Santuário de Nossa Senhora de Monte
Serrat. Os monges, expulsos de Santos, passaram um ano na capital, e mais dois
anos em Jundiaí/SP, posteriormente comprando a fazenda Bela Vista na cidade de
Vinhedo/SP, aí se estabelecendo no ano de 1948. Infelizmente a comunidade não
floresceu em Vinhedo. Depois da guerra, os poucos monges (quatro) dividiram-se
entre os cuidados com Santos e a administração da enorme fazenda em Vinhedo.
Expressão da divisão do mosteiro era o nome assumido: Mosteiro de São Bento de
Santos em Vinhedo.
No ano de 1963, Dom Martinho
Roth, O.S.B., então prior do mosteiro de São Bento de Santos em Vinhedo e sua
pequena comunidade, decidiram pedir ajuda à Arquiabadia de Saint Vicent, em
Latrobe, Pensilvânia, nos Estados Unidos. A esperança e a fé da comunidade de
Vinhedo foram recompensadas quando, em 1964, o então Arquiabade de Saint
Vincent, Dom Rembert Weakland, O.S.B., enviou os quatro primeiros monges para o
Brasil. A Comunidade passou então a pertencer à Congregação Beneditina
Cassinense Americana.
No início da década de 70, a
comunidade construiu e inaugurou um novo mosteiro, estabelecendo-se
definitivamente em Vinhedo. Aí os monges
norte-americanos, juntamente com os alemães que sobreviveram (Dom Martinho e
Dom Mathias), reduziram a grande fazenda, construíram uma Casa de Retiros
Ecumênica (Casa Siloé) e começaram um ardoroso trabalho nas comunidades da
região, fundando paróquias (São Sebastião e Nossa Senhora de Lourdes) e
diversas comunidades, além de desenvolverem um intenso programa de formação
para religiosos(as), jovens e casais na Casa Siloé.
A presença dos monges de Saint
Vincent marcou muito a vida eclesial da cidade de Vinhedo nas décadas de 60 a
90 do século passado.
A Igreja do mosteiro pode ser visitada, diariamente, das 8 às 17 h 30 min e aos sábados e domingos das 8 às 11 h 30 min e das 15 às 17 h 30 min.
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