Hipólito José da Costa Pereira
Furtado de Mendonça (Colônia do Sacramento, 13 de agosto de 1774 - Londres, 11
de setembro de 1823) foi um jornalista, maçom e diplomata brasileiro, patrono
da cadeira 17 da Academia Brasileira de Letras.
BIOGRAFIA
Nascido na Colônia do Sacramento,
então domínio da Coroa portuguesa (hoje pertencente ao Uruguai), Hipólito era
filho de família abastada do Rio de Janeiro.
Filho de Félix da Costa Furtado
de Mendonça, alferes de ordenanças da Capitania do Rio de Janeiro, e sua mãe
Ana Josefa Pereira, natural de Sacramento. Após Sacramento ser devolvido à
Coroa espanhola em 1777, sua família instalou-se em Pelotas, no Rio Grande do
Sul, onde passou a sua adolescência. Fez os seus primeiros estudos em Porto
Alegre, concluídos em Portugal, na Universidade de Coimbra, onde se formou em
leis, filosofia e matemática (1798).
De volta ao reino, viajou a
serviço da Coroa Portuguesa para Londres em 1802, com o objetivo declarado de
adquirir obras para a Real Biblioteca e maquinário para a Imprensa Régia. Ocultamente,
entretanto, um de seus motivos eram também de estabelecer contatos entre as
lojas maçônicas portuguesas e o Grande Oriente em Londres.
Três ou quatro dias após o seu
retorno ao reino foi detido pela Inquisição por ordem de Diogo Inácio de Pina
Manique, sob a acusação de disseminar as ideias maçônicas na Europa. Encaminhado
às celas do Tribunal do Santo Ofício, onde permaneceu até 1805, logrou
evadir-se para a Espanha sob um disfarce de criado, com o auxílio dos seus
irmãos maçons. De lá passou para a Grã-Bretanha, onde se exilou sob a proteção
do príncipe Augusto Frederico, duque de Sussex, o sexto filho de Jorge III do
Reino Unido e grão-mestre da maçonaria inglesa.
Na Inglaterra, obtêm a
nacionalidade inglesa com a ajuda do Duque de Essex, adquirindo ações do Banco
da Escócia, o que imediatamente lhe outorgava tal direito. Casa em 1817 com
Mary Ann Troughton da Costa com quem tem 3 filhos, além de já ter tido um filho
com Mary Anne Lyons ou Symons.
Obteve a condição de estrangeiro
neutralizado, um estrangeiro residente com alguns direitos políticos. De
Londres passou a editar regularmente aquele que é considerado o primeiro jornal
brasileiro: o Correio Braziliense ou Armazém Literário, que circulou de 1 de
junho de 1808 a 1823 (29 volumes editados, no total).
Com esse veículo, passou a
defender as ideias liberais, entre as quais as de emancipação colonial, dando
ampla cobertura à Revolução liberal do Porto de 1820 e aos acontecimentos de
1821 e de 1822 que conduziriam à Independência do Brasil. Seu principal inimigo
era Bernardo José de Abrantes e Castro, Conde do Funchal, embaixador de
Portugal em Londres, que chamou ao Correio: "Esta terrível invenção de um
jornal português na Inglaterra", vindo a editar um periódico contra ele,
que circularia até 1819 (O Investigador Portuguez em Inglaterra).
Em 1812 fez um acordo secreto com a Coroa portuguesa, que
previa a compra de um determinado número de exemplares do jornal e um subsídio
para o próprio jornalista, em troca de moderação nas suas críticas contra a
monarquia.
Morreu em 1823, sem chegar a
saber que fora nomeado cônsul do Império do Brasil em Londres. No Brasil é
considerado o patrono da imprensa. Em Porto Alegre foi homenageado emprestando
seu nome ao Museu de Comunicação Social Hipólito José da Costa. Estava
sepultado em St. Mary the Virgin, em Hurley, condado de Berkshire; mas em 2001
seus restos mortais foram trasladados para Brasília. Atualmente seus restos
mortais estão nos Jardins do Museu da Imprensa Nacional.
Em 2010 seu nome foi inscrito no
Livro de Aço dos heróis nacionais depositado no Panteão da Pátria e da
Liberdade Tancredo Neves.
Seu irmão, José Saturnino da Costa Pereira, foi Senador do Império do Brasil e Ministro da Guerra.
Residi de 1968 a 1983, na rua que leva seu nome, localizada no Parque Erasmo Assunção, em Santo André/SP.